A prefeitura do Rio de Janeiro irá investir R$ 100 milhões para formação de um novo hub de inovação destinado a energia, sustentabilidade e em gerar novos negócios na cidade, que almeja ser reconhecida mundialmente como a capital da transição energética. O anúncio foi feito nessa segunda-feira, 30 de janeiro, pelo secretário de desenvolvimento econômico, inovação e simplificação do Rio de Janeiro, Chicão Bulhões, durante o encerramento do MIT Reap in Rio.
Desse montante R$ 40 milhões serão destinados à reforma de um prédio icônico e que estava abandonado no centro da cidade, chamado Automóvel Clube do Brasil, para a efetiva construção do Centro de Energia e Finanças do Amanhã, que junto a área do Passeio Público formará um novo ecossistema de inovação que congregue diferentes startups e agentes privados e públicos.
“O centro será de educação, pesquisa, trazendo o mercado e o poder público para um dos mais importantes hubs de atuação no mundo, colocando o Rio nos palcos globais de onde nunca deveria ter saído”, comentou o secretário, citando como exemplo o evento Web Summit, que agora acontecerá por sete anos seguidos na cidade.
Anúncio do Centro de Energia e Finanças do Amanhã foi feito durante encerramento do MIT Reap in Rio (Foto: Henrique Faerman)
A ideia é que o projeto seja gerido pela agremiação anunciada ao final do evento que aconteceu no Museu do Amanhã, denominada Energia Bay, e que conta com uma carta de intenções da Eletrobras, Petrobras, Vibra Energia, Comissão de Valores Mobilares (CVM) e outras representações.
Bulhões também informou que a capital fluminense irá reservar de seu orçamento R$ 60 milhões para empresas de qualquer setor acessarem o mercado de compensação de carbono e procurarem a prefeitura para posterior abatimento do Imposto Sobre Serviços (ISS), mediante comprovação da operação.
“A ideia é que o centro da cidade seja o centro de carbono zero e gere empregos verdes, conseguindo atrair algumas plataformas de créditos de carbono, aprovando o ISS neutro para a cadeia financeira ligada a esse mercado”, definiu.
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, disse no evento que o regulador do mercado de capitais enxerga o futuro verde e digital, com as pautas envolvendo finanças sustentáveis trazendo muitas oportunidades e recursos ao país e a iniciativa privada, como no caso do agronegócio, que também tem seus deveres e contrapartidas ambientais.
“Transforma-se despesas e problemas de outrora em oportunidades como no mercado de carbono, reconhecendo os ativos ambientais como passíveis de recebimentos de recursos pelos fundos de investimento, formando a verdadeira agenda verde”, comentou, citando novos negócios com alto poder de venda no mercado externo, como tokenização de valores mobilares e dos próprios créditos de carbono.